eternidade quebrada


 '' foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez a tua rosa tão importante''
- Antoine de St. Exupery



Terá sido o tempo que eu dediquei a ti demasiado? Será que se tu não tivesses sido mais um rapaz com uma beleza e inconfundivel, uns olhos perfeitamente encatadores e charmosos, umas mãos macias que num toque instintivo me conquistaram ali, naquele momento, as coisas teriam sido diferentes ? melhores? Pareciamos duas crianças que tinham dado o seu primeiro beijo, discretos e envergonhados, no pátio do recreio, totalmente inocentes... Hoje sei que não somos bem assim...Culpei-te por tudo, tudo o que me fizeste, culpei-te por todas as lágrimas, culpei-te por todas estas palavras perdidas no tempo e sem qualquer sentido, culpei-te por quem fui e já não sou, acima de tudo, culpei-te por me teres virado as costas... Porquê meu amor? Porque é que tinha de ser assim ? Sonhava bailar contigo ao luar, adormecer para sempre nos teus braços, navegar nos teus mais profundos e grandiosos mares. Pensava que nós nos iriamos aturar para a eternidade, imaginavamo-nos juntos, já velhinhos, de mãos dadas, num banco de um parque qualquer, num final de tarde de primavera de um dia nem demasiado quente nem demasiado frio, onde o sol deixava de lado a sua vergonhava e nos comtemplava com a sua luz brilhante, a dar um beijo tão simples, mas tão intenso e inocente tal como quando tinhamos 5 anos e a vida parecia uma frase interminável. Vou ter saudades. Não vou ter saudades. Não vou sentir a tua falta. Vou sentir a minha falta.

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