Ficarei aqui para sempre junto a ti, de mão dada à beira do abismo.

Encontrar-me-ás para sempre no reflexo brilhante do teu olhar, no caminho para o teu coração. Eu sei que tenho que ir mas não chores meu amor, as minhas palavras ditartiam o caminho para onde eu estou e nunca estarás sozinho. O tempo passou por nós sem darmos por isso, rasgou quaisquer esperanças de um futuro carismático e acolhedor, abrilhantado por todo o nosso amor e paixão...Os meus olhos agora pesam sobre o meu rosto envelhecido e sinto meu anjo, sinto os batimentos do meu coração a fraquejarem num lantejar de cansaço e tristeza. Eramos tão novos, a juventude era vida em nós e a alegria era uma constante no ferver incontronável das nossas almas, e contigo, era tão feliz meu amor! Mas não chores meu querido, porque não é caso para tal. O que foi um dia, será para sempre um dia, e um dia algures numa vida de outrora, tivemos-nos um ao outro, tu eras meu e eu tua, e nos campos corriamos apaixonados, o vento brincava com os meus cabelos e os meus lábios aqueciam-se no teu doce sabor. Nunca me esquecerei da tua imagem tão jovem e delicada a perseguir-me por entre as flores, nunca me esquecerei de ti, o tempo pode ter fugido de nós, mas eu sei que nós tentamos meu anjo, eu sei que o perseguimos com todas as nossas forças, mas nada foi sufeciente...

Eu vou ter que ir, vou partir para aquele céu azulado que tanto admiravamos deitados sobre as flores do campo, mas nunca te esqueças meu amor, tu serás para sempre o meu paraíso.
A tua vida ainda irá dar muitas voltas e por vezes vais sentir que o mundo está a girar ao contrário e que se esqueceu de ti, mas lembra-te, lembra-te que eu estarei sempre a olhar por ti, basta à noite olhares por entre o vidro velho e sujo da tua janela com atenção para à noite, e quando vires uma estrela a brilhar mais que todas as outras, sou eu meu amor, sou eu a dizer-te que tudo irá ficar bem e que aconteça o que acontecer eu continuo a olhar por ti e nunca estarás sozinho...

Adeus meu amor, minha juventude perdida, meu raio de sol numa tarde calorenta de primavera, minha canção das noites de inverno, minhas páginas rasgadas do diário, meu amor eterno que tempo nenhum puderá esgotar.


Ficarei aqui para sempre junto a ti, de mão dada à beira do abismo, para te lembrar que não estás sozinho e que até mesmo quando parece que estás no limite de todos os teus medos eu vou dar-te a mão e susurrar-te ao ouvido: '' amo-te''